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UMA CIDADE SEM PASSADO?



Há alguns anos uma pequena vila que emancipa-se-ia politicamente tornando-se uma cidadezinha acanhada no interior de um estado rico de cultura, esplêndido de belezas naturais, histórico por força da natureza, mas discriminada pelos seus filhos ingratos, seus vizinhos... seus incultores.
Mas a cidade passou pela infância, pela adolescência, pela juventude e chegou à vida adulta. Pequena, simpática, acolhedora... Parecendo uma adolescente com sede de crescer, mas que não deixou nas páginas de seu diário os registros do seu cotidiano, seus sonhos ir/realizáveis, seus amores... Apenas uma imagem real, persiste e, meio as agressões dos rebeldes inconscientes. Majestosa, imponente, bela, singular. Assemelhando-se ao orvalho que encanta aos olhos de quem os ver.
Muitos marcaram os fatos, aconteceram. Outros não deram a devida importância, fizeram sofrer, ignoraram. A cidade buscou romper barreiras, acolheu e abriu veredas, caminhos, portas. Despediu-se triste como uma mão que ver o filho partir, mas tem certeza de que estava indo em busca de seus sonhos, de melhorias, pois sabe que um dia retornará e o que conheceu lá fora partilhará em sua casa.
Contudo, o que passou registrou-se apenas na memória, na oralidade de seus filhos que ignorantes não preservaram seus prédios, seus monumentos, seus cantos e recantos, a história escrita em frases vividas, idéias repetidas, fatos verídicos, ideais rompidos, sonhos corrompidos.

Mas como reconhecer a nossa história como identidade do espaço que ocupamos? Segunda Nilma Lino Gomes (2008, p. 25) “todos nós precisamos passar por um processo de reeducação do olhar”. Esse processo de reeducação implica no reconhecimento do meio. E se o ser humano é produto do meio, este deve ser capaz de identificar seus traços, suas memórias, suas raízes. Neste caso, após cinco décadas de majestosa existência, o lítero da memória impõe-se memoravelmente aos seus contextos históricos capazes de tornar imortal sua história de vida fazendo-se lembrar na formação do seu povo.
Reconheça-se, pois, sua grandiosidade. Não fiquem seus traços esquecidos. Que haja um novo olhar, reeducado culturalmente a completar e contemplar a formação dessa cidade que tem, sim, passado. Apenas, este está adormecido na memória dos que a contemplam existencialmente.

Aldaberon Vieira do Nascimento

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