No dia 12 de agosto, numa noite de clima agradável, foi
realizado o primeiro sarau poético e musical às margens do símbolo maior de
nossa cidade, nossa Lagoa Francisco Soares, com o tema mais que propício, eu
diria oportuno, “o lugar em que vivo”, que contou com um mural de fotos de cada
pedacinho de nosso chão idealizado através das sensíveis lentes dos alunos da
Escola Municipal Alfredo Chaves.
Deu gosto de ver tanta gente reunida para ouvir e se
encantar com o que há de mais fino no que se entende de cultura popular.
Recebemos grandes nomes a título da poetisa Marisa Alverga, que veio lançar seu
livro “Mensagens sem Fronteiras” em nossa cidade, recebemos também nossos
escritores locais Carlos Isaac, Carlos Valmir e Diógenes de Brito, a
participação da artista Vera Lima, bem como da brilhante participação da
população, que somente trouxe encantamento ao nosso momento poético. Tivemos
também a participação dos alunos de nossas escolas, além dos que fazem a Feira
de Economia Solidária, cujos itens expostos para venda são produzidos por gente
da gente.
Mas o que é sarau e o que ele tem a ver com nossa cultura?
Muito comuns no século XIX, os saraus vêm sendo resgatados
e reinventados pelas sociedades como uma maneira de fortalecer a identidade da
comunidade, promovendo a integração de todos de forma descontraída, criativa e
mais envolvente. É um momento para a soma de conhecimentos, descobertas e vivências
coletivas. Além disso, o sarau é
também um momento de tomada de consciência, pois a cultura desperta a
sensibilidade das pessoas para a realidade à sua volta e as estimula a refletir
sobre ela a partir de outras linguagens. Portanto, Sarau é um encontro, uma
festa de interação, onde as artes (música, literatura, cinema) se encontram
através da declamação de poemas, exibição de filmes, cantos, e outras
manifestações artísticas.
Não somente a cultura de nossa cidade, mas em todo meio,
deve ser entendida como um agente de identificação social, um meio que integra
diversos segmentos sociais de diversas gerações. Dentro de uma sensibilidade
cultural, percebemos em Lagoa de Dentro uma necessidade urgente de que o
artista seja ele escritor, pintor, cantor, compositor, etc. precisa sentir-se
alguém. Alguém que seja respeitado pelo que faz, alguém cujo dom é
perpetuado além do tempo, principalmente no recordar das glórias passadas.
Nossa população possui uma forte identidade cultural, e a
Secretaria de Cultura, Esportes e Turismo vem tentando resgatar, ou até mesmo
reavivar esses traços culturais. Essa identidade cultural a qual me refiro
encontra-se em diversos níveis, alicerçado na consciência do nosso povo, pois,
sabe-se há muitos carnavais que o povo de Lagoa de Dentro é um povo enraizado
em seus costumes, crenças e tradições.
Tanto quem faz ou quem admira todos os modos de arte,
utiliza-se de um fator chamado integração social e formação de identidade, tais
comportamentos são transmitidos de pai para filho, vem de berço, ao som, por
exemplo, das primeiras cantigas de ninar ou nos primeiros contos de historinhas
de conto de fada. Precisamos suscitar em nossas crianças esse interesse,
meio até que desinteressado, nas coisas culturais do meio em que vivem.
É isso que buscamos na nossa
sociedade, propiciar momentos de prazer e alegria. Com esse objetivo foi
apresentado o projeto Sarau na Lagoa que busca resgatar e desenvolver o hábito
de leitura de: literatura, poesias, contos, causos, crônicas, lendas folclóricas
e os despertar para manifestações artísticas, tais como: música, dança e teatro.
Portanto, a cultura em todos
os seus aspectos, artísticos ou não, de criação ou de admiração, possui o dom
de fortalecer a identidade pessoal de cada indivíduo, bem como, de integrá-lo à
sociedade. O cidadão que se compromete com a cultura é mais feliz, pois sua
vida adquire um significado útil, é esse o intuito da Secult - LD, o bem estar
social alicerçado na felicidade de cada um.
Muitos outros projetos
virão, e todos com o intuito de estabelecer esse fortalecimento da integração
social que a promoção da cultura tem o poder de estabelecer.
Daniele Brito
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