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A Cultura da gente

Foto: Face de Vera Lima


No dia 22 de agosto comemora-se o Dia do Folclore. Folclore é o conjunto de tradições e manifestações populares construídas e preservadas de geração em geração. A palavra tem origem no inglês, em que "folklore" significa sabedoria popular.
O Brasil é um país rico de cultura e de sabedoria popular. Sua cultura é muito diversificada e isso se deve a miscigenação que originou a população brasileira. Assim da mistura dos europeus, dos brancos e dos africanos surgiu o povo brasileiro com características marcantes e singulares que o diferencia de outras nacionalidades.
Dessa mistura de características temos um traço cultural que enriquece o Brasil. “Cultura é tudo o que é criado pelo homem. É o conjunto de hábitos, regras, língua, tradições e técnicas de um povo” (PEREIRA, 2008, p. 98). Isso singulariza o Brasil por ter uma diversidade de hábitos, costumes e tradições que surgiram da mistura das culturas europeia (branco), indígena (nativo) e africana (escravo) que está presente em todos os Estados brasileiros.
Para Pereira, (2008) “o ser humano tem uma consciência capaz de captar o mundo e transformá-lo. É capaz de recriar, e não se repetir; é capaz de fazer cultura.” Da cultura erudita a popular, em todos os extremos do país, o brasileiro faz cultura mostrando suas heranças e sua forma de captar e transformar o meio. Todo esse universo cultural compõe a literatura, as artes, as ciências, as letras. Nomes nacionais e internacionais. Regionais e locais. O Brasil se torna os ‘Brasis’ pela grandiosidade de sua brasilidade cultural.
Os Estados brasileiros com suas peculiaridades fragmenta a cultura num conjunto artístico que remete o passado e emerge para o futuro.
Na Paraíba, nosso Estado, a cultura tem também a sua diversidade e ilustres representações na literatura, na música (erudita e popular), na dramaturgia, no cinema, na memória, no folclore e no artesanato. Na literatura, nomes como: José Lins do Rego, Ariano Suassuna, José Américo de Almeida, Augusto dos Anjos, Pedro Américo; na música as Orquestras Sinfônicas, Domingos de Azevedo Ribeiro, Zé Ramalho, Elba Ramalho, Hebert Vianna, Chico César, Cátia de França, Sivuca, Jackson do Pandeiro, Geraldo Vandré, Antônio Barros e Cecéu, Flávio José, Lucy Alves e uma gama de violeiros e repentistas e tantos outros. Na dramaturgia destacam-se José Dumont, Zezita, Marcélia Cartaxo e vários outros. Dentro desse contexto, “os mamulengos da Paraíba podem ser considerados uma das mais ricas manifestações da arte dramática popular nordestina” (Pereira, 2008, p. 101).
O artesanato paraibano ganha forma nas mãos de seus criadores, são bonecos, esculturas, tapetes, renda (renascença), brinquedos populares, roupas etc. Moldados em couro, barro, estopa, madeira, pano, fibra, sisal ou algodão.
No folclore destacam-se o Grupo Folclórico Tenente Lucena, o Grupo Tropeiros da Borborema e o grupo de dança Os Cariris, de Taperoá.
A culinária típica da Paraíba tem um sabor a parte: carne de sol, macaxeira, buchada de bode, rubacão, feijão verde com jerimum, quiabo e maxixe, farofa, manteiga da terra, arrumadinho, canjica e pamonha, tapioca, cuscuz de milho e de mandioca, mungunzá, beiju, coalhada, queijo coalho, arroz de leite, dentre outros pratos que fazem “a culinária da Paraíba uma atração turística”.
Na memória do nosso Estado, o paraibano cultiva fatos históricos e preserva monumentos arquitetônicos ainda imponentes e majestosos nos quatro cantos de sua extensão e guarda na memória aqueles que não resistiram as ações do homem e do tempo. Igrejas, teatros, fontes de água, casarões, engenhos, festas (profanas e religiosas), sítios arqueológicos, túmulos, estações ferroviárias, estradas de ferro, achados arqueológicos, estórias e causos que escrevem a história do povo do Ponto mais oriental da Américas.
As festas de padroeiros, os festejos juninos, o Coco, o Xaxado, a Nau Catarineta (Barca), os Violeiros, a Lapinha, o Pastoril, o Congo, o Pau de Sebo, o Cavalo-Marinho, a Vaquejada, a Congada, o Boi de Reis, o Xote, a Quadrilha Junina, as Feiras Livres, dentre outras expressões fazem a alegria do povo.
Em Lagoa de Dentro, município interiorano, as manifestações da cultura popular também são um capítulo da história cultural do povo nordestino brasileiro. O município tem suas peculiaridades e atrativos. Por aqui se encontra festas, tradições, costumes e o legado de um povo hospitaleiro, e bravamente encantador.
As manifestações folclóricas estão presentes nos quatro cantos do município. A Festa do padroeiro São Sebastião, que acontece no mês de janeiro é uma mistura de fé e cultura! Durante nove dias os fiéis rezam, pedem, agradecem e festejam o santo tido como intercessor da gente que venceu a cólera por meio da fé. As novenas, a cavalgada, as procissões, os leilões, a quermesse e os encontros e reencontros do filhos da terra que permanecem e os que migram para outras regiões do país, mas que não esquecem suas origens e voltam para celebrar o santo herói e guerreiro.
A procissão de São Sebastião é o maior evento popular de fiéis da região. São milhares de pessoas que acompanham o santo pedindo graças, “pagando promessas” e cultivando a sua história. Esta manifestação da cultura popular acontece no dia 20 de janeiro encerrando os festejos religiosos e a festa profana que nos últimos anos tem crescido muito e reúne públicos intensos.
Os festejos juninos, com o festival de Quadrilhas Juninas, forró, fogueira, fogos de artifício, bandeirinhas, comidas de milho, cachaça, sanfona, triângulo, zabumba e muita alegria integram um capítulo do folclore lagoadentrense. Além disso, temos os costumes que caracterizam nossa gente como ordeira e simples: as conversas nas calçadas, a ida à feira livre, a fé na cura alternativa com consumo de chás medicinais e a reza das(os) benzedeiras(as), a guarda dos Dias Santos, as crendices e superstições, o respeito dos ‘cumpades’ e das ‘cumades’ e a lendária história da origem do município.
Lagoa de Dentro tem arte e artesanato, artistas e arteiros. Tem gente que canta o tradicional e o moderno, que pinta e escreve. Poetas e poetisas. O típico vaqueiro, o agricultor, o pescador artesanal, a dona de casa que corta a vassoura no mato para varrer seus imensos terreiros onde ‘seca e bate’ o feijão, onde se cria galinhas, cachorros, porcos e cabras.  A culinária, o crochê, o fuxico, o carro de boi, a carroça de mão, o transporte de água no jumento, o banho de açude, o preparo e o cultivo do roçado, o fogo de lenha, as bacias na ‘biqueira’ nos dias de chuva, o canto excêntrico da dona de casa chamando “a criação” para comer milho, a bênção ao deitar e ao levantar, o agradecimento pelo alimento, o jeito de falar com o seu paraibanês, tudo isso constitui o nosso folclore. São as manifestações populares da nossa gente, que “SURGIU UM DIA NESTE CHÃO” com “UM SENTIMENTO, UMA EXPRESSÃO” [...], dos “TEUS FILHOS (que) REPRESENTAM TUA HISTÓRIA, TUAS RIQUEZAS, TUAS GLÓRIAS” [...].

Referências
PEREIRA, Guilherme. Paraíba: geografia. São Paulo. FTD, 2008.
Hino Municipal, Diógenes de Brito


Por Aldaberon Vieira do Nascimento


Foto: Face de Vera Lima




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