A educação brasileira tem passado, ao longo dos anos, por um extenso período de mudanças, de um modo geral. Mas ainda são muitos os obstáculos, os problemas e os desafios a serem enfrentados para que tenhamos uma educação de qualidade em nosso país.
Um dos grandes problemas enfrentados hoje na educação brasileira diz respeito à inclusão e diversidade. No Brasil, a educação inclusiva possui respaldo da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (Lei nº 9394/96), mas o que observamos na prática é o despreparo de um número significante de instituições educacionais para assistirem os alunos com necessidades educacionais especiais. A maioria das escolas não tem estrutura sequer para a locomoção de alunos cadeirantes, a exemplo das rampas de acesso.
Em si tratando dos deficientes auditivos, o que se verifica é a ausência de métodos, de recursos didáticos, de equipamentos especiais e, principalmente, de profissionais especializados. Enfim, fala-se muito em inclusão dos portadores de necessidades especiais na escola regular, mas as escolas públicas brasileiras não têm ainda estrutura física, profissional, educacional e psicológica suficientes para lidar com esta realidade.
Os cursos de formação de professores preparam tais profissionais para trabalharem com uma clientela homogênea e ideal; social e culturalmente. No entanto, a realidade na qual o professor vai trabalhar difere daquele modelo homogêneo apresentado nas Universidades. O professor vai se deparar em sua realidade de sala de aula com uma diversidade enorme, quando na verdade ele não foi preparado para isso.
O Governo Federal por meio de diversos projetos tem tentado promover a inclusão dos recursos tecnológicos nas escolas públicas, no entanto, muitas escolas não têm estrutura física para dar continuação a esse processo, ou em outros casos, a falta de gestão pública de qualidade também deixa a desejar quanto a isso.
Assim como acontece com as escolas despreparadas para receber os portadores de necessidades especiais, os professores também não foram preparados para trabalhar com os recursos tecnológicos, as mídias na educação. Há ainda, professores que sequer sabem utilizar um datashow em sala de aula, ou mesmo manusear um microcomputador.
O Governo Federal cria os programas, mas, não investe em recursos humanos para que se possa por em prática tais programas. Ou ainda, os municípios também não cumprem seu papel, não oferecendo a estrutura necessária, ou, por falta de gestão de qualidade, não efetivam as políticas de educação oriundas do Governo Federal, fazendo com que a comunidade escolar, que deveria ser beneficiada por tais programas seja prejudicada por má gestão dos recursos.
Programas como Brasil Alfabetizado e EJA, são de suma importância e tem ajudado muitos jovens e adultos a recuperarem o tempo em que, por diversos motivos não concluíram o Ensino Fundamental e/ou médio. Porém, efetivamente o número de alunos que realmente conseguem permanecer na escola e concluír com êxito os estudos é mínimo, e assim, não cumprem o real objetivo, servindo, muitas vezes, como eventuais "cabides de empregos".
A desmotivação dos professores também é um dos principais problemas da educação brasileira. Esta desmotivação se dá devido a vários fatores, entre eles, a má remuneração, que apesar dos avanços, com a implantação do Fundeb, ainda é insuficiente.
A criação dos Conselhos Escolares também é de suma importância para a gestão das escolas públicas. Mas é preciso que se invista em capacitação para tais conselheiros, para que sejam realmente representantes atuantes, críticos e que tenham conhecimento e preparo para lidar com os problemas e defenderem a comunidade escolar, a fim de promover melhorias efetivas nas escolas.
Esses são apenas alguns dos desafios a serem enfrentados para que se possa melhorar a Educação Básica em nosso país. Há muito a fazer e é preciso o empenho e o desejo de todos os atores envolvidos no processo educacional brasileiro para que se possa buscar melhorar cada vez mais e que seja contínuo esse processo de mudança, pois vivemos num mundo em constante transformação.
Liliane Soares
Especialização em Gestão Pública Municipal UFPBVirtual
Especialização em Psicopedagogia-FECR
Graduada em Letras pela UEPB
Funcionária Pública Municipal-PMLD
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